Trocando emails com o Akira e com um dos organizadores, Kakutani Shintaro também soube que será a primeira vez – pelo menos nos últimos 5 anos – que um sul americano irá participar do Kaigi. Para mim obviamente é uma oportunidade que me deixa extremamente contente: irei visitar o Japão pela primeira vez (que tem significado pessoal especial), participarei da RubyKaigi representando a América do Sul (que tem significado profissional e de comunidade especial) e ainda por cima terei a oportunidade de contar um pouco desta jornada até lá – que para mim, completa um ciclo que se iniciou 6 anos atrás.
Como sempre, ainda não terminei meus slides. A descrição está publicada no calendário do RubyKaigi e o título será assim:
Quero tentar explicar como foi meu papel nesta comunidade nos últimos anos, quais foram minhas estratégias e como as coisas estão andando por aqui.
Sei que tem muitos que já ouviram falar de nós lá do Japão, alguns já ouviram falar de mim mas não sei se como alguns daqui podem ter uma idéia errada do meu papel. Por isso começo contando que eu não fui o primeiro rubista do Brasil, como alguns acabam erroneamente assumindo. Eu diria que sou “segunda geração”.
Ainda não sei como vou continuar os slides mas os primeiros pelo menos reservam um espaço para a “primeira geração” como podem ver no slide seguinte:
O grande Eustáquio Rangel (Taq) detalhou melhor essa história em seu blog e recomendo que todos leiam esse artigo para entender como as coisas começaram.
A segunda geração coincide com o crescimento mundial do Ruby on Rails. Posso dizer que pude ajudar um pouco. Minha idéia foi sempre de “alavancagem”, e o pilar sempre foi “negociação”. É algo que não se acerta sempre, muitos erros ficam pelo caminho, mas felizmente acho que tive mais acertos que erros. Alguns resultados mais visíveis foram as conferências Rails Summit e RubyConf Brazil. Hoje em dia muitos gostam do que fiz, muitos odeiam, mas o importante é que o objetivo foi atingido: hoje dezenas de profissionais trabalham tempo integral com Ruby em projetos nacionais, eu incluso.
Foi importante sempre buscar aliados estratégicos e reforçar networking relevante incluindo grandes representantes nacionais do mercado de informática como a Locaweb e Caelum e também movimentos paralelos como o Agile. Também sabia que seria importante buscar reforço lá fora, na RubyCentral, na Engine Yard, na ThoughtWorks, na TopFunky/Peepcode.
Uma “terceira geração” também já se iniciou, sendo um dos representantes mais notáveis atualmente a Plataforma Tec com José Valim nos representando no Rails Core Team. Espero que mais e mais novas gerações estejam se preparando para receber o bastão.
Foram longos 6 anos, para mim, esses 30 min na RubyKaigi tem um significado especial. Assim que terminar meus slides vou publicá-los aqui e espero conseguir fazer uma cobertura decente do evento. Será um grande prazer poder dizer pessoalmente ao Matz e à equipe do Ruby Core no Japão que eles estão mandando muito bem e influenciando pessoas e mercados do outro lado do mundo, acho que eles vão gostar de saber disso.
Nos vemos lá!