simply_restful no núcleo Rails

2006 September 27, 15:29 h

nota sobre o livro: só para informá-los que finalmente recebi a cópia impressa do texto revisado para que eu resolva algumas dúvidas do revisor e também repasse o texto. Devo entregar a versão final do texto nesta semana para o material seguir para o pessoal de editoração. Depois disso deve levar cerca de 15 a 20 dias para editorar e, finalmente, mais uns 10 dias até chegar à versão impressa final. O material impresso é grande: mais de 900 folhas de papel, é difícil imaginar a quantidade física quando se acostuma a trabalhar apenas nos arquivos Word. Não entendi ainda porque não usam o recurso de Track Changes do Word, mas enfim …

Voltando ao assunto deste post, a versão 1.1 saiu faz pouco tempo mas estamos vendo com entusiasmo a chegada próxima da versão 1.2. Dentre as novidades provavelmente teremos um instalador mais simples para ajudar os iniciantes a ter um ambiente funcional mais rápido. Além disso também poderemos ver o servidor Webrick ser deprecado em favor do fabuloso Mongrel, de Zed Shaw. Felizmente foi uma previsão que fiz algum tempo atrás quando decidi detalhar o Mongrel no meu livro, em vez de alternativas com FastCGI ou mesmo simplesmente mostrar o Webrick. Finalmente, a funcionalidade técnica que deve mudar um pouco a maneira de desenvolver: simply_restful.

Alguns posts atrás eu já me adiantei a esse assunto, principalmente por causa da apresentação World Full of Resources que David Hansson fez na Ruby Kagi, no Japão, este ano.

David Goodlab fez um post em seu blog a respeito desse assunto. O plugin ainda está em pleno desenvolvimento por isso é difícil criar algum tipo de tutorial, pois em poucos dias ele já estaria obsoleto. Quem é curioso com a tecnologia deve baixar o Edge Rails do trunk principal de desenvolvimento para acompanhar sua evolução. A seguir, a tradução do post de Goodlab.

Agora que Rick integrou a funcionalidade de simply_restful com o núcleo Rails, o interesse em design RESTFUL está fadado a crescer. Entendi que a maioria da documentação está um tanto obsoleta, precisando desencavar o código para compreender qual sintaxe deve ser usada para rotas nomeadas, geração de url, etc. Diferenças entre o README do simply_restful, a apresentação de DHH da RailsConf, e vários posts de blogs aleatórios, pode ficar bastante confuso! Vamos esclarecer, certo?

Estrutura URL

Primeiro de tudo, uma coisa que todos devem estar familiarizados: a estrutura URL. Existem três URLs básicas, mas cada um pode responder vários verbos HTTP em jeitos diferentes. Usando uma entidade Order:

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Rota Nomeada    URL              Verbo HTTP   Controller Action

orders_url      /posts           GET          index
orders_url      /posts           POST         create
order_url       /posts/:id       GET          show
order_url       /posts/:id       PUT          update
order_url       /posts/:id       DELETE       destroy
ner_order_url   /posts/new       GET          new
edit_order_url  /posts/:id;edit  GET          edit

A forma plural da rota nomeada pode ser entendida como uma “coleção” de URLs. Ela permite operações na coleção como um todo:

  1. Pegar uma lista de todas as entidades, nesse caso orders (GET)
  2. Criar uma nova entidade (POST)

A forma singular da rota nomeada, por outro lado, é usado para se referir a uma entidade específica na coleção: nesse caso, um post. Usando os verbos GET, PUT e DELETE você pode operar na entidade:

  1. Mostrar os atributos de uma entidade específica (GET)
  2. Atualizar os atributos de uma entidade específica (PUT)
  3. Destruir uma entidade específica (DELETE)

Configurando routes.rb

Para mapear um modelo como um recurso (resource), uma entidade que pode ser operada da maneira mostrada acima, você adiciona uma linha no seu arquivo config/routes.rb:

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ActionController:Routing::Routes.draw do |map|
  map.resources :orders
end

Múltiplos recursos podem ser especificados na mesma linha, reduzindo a bagunça:

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map.resources :orders, :invoices, :customers

Recursos podem ser hierarquizados, para produzir URLs como /orders/1/invoices/3 (o recibo com ID 3 da ordem com ID 1):

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map.resources :orders do |map|
  map.resources :invoices
end

Existem vários parâmetros opcionais para o método #resource, mas deixaremos isso de lado por enquanto …

Controller

Existem sete actions padrões para o controller. Seguindo o exemplo da entidade Order:

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class OrdersController < ApplicationController
  def index
  end
  
  def show
  end
  
  def new
  end
  
  def create
  end
  
  def edit
  end
  
  def update
  end
  
  def destroy
  end
end

Esse esqueleto é suficiente para responder a todas as URLs padrão definidas pela chamada map.resources.

Parâmetros

Quando a URL de entidade singular é requisitada, você terá acesso à ID na variável params[:id].

Uma requisição create (criar) ou update (atualizar) lhe dará os novos atributos em um hash acessado por params[:nome_da_entidade]. Por exemplo, param[:order].

Quando uma URL hierárquica é requisitada (descrita acima), você terá acesso a todos os IDs “pais” baseados no nome da entidade. Por exemplo, se você tiver invoices (recibos) hierárquicos em orders (ordens), como no exemplo acima, você teria um params[:invoice_id] em seu controller. Sem surpresas, certo?

Rotas Nomeadas

Usar rotas nomeadas é trivial. Assumindo a entidader order, como antes, e que para urls singulares você tem uma instância de uma ordem disponívem na variável @order, você pode ligar para várias actions de controller:

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Controller Action  Método a chamar

index              link_to orders_url
show               link_to order_url(@order)
new                link_to new_order_url
create             form_for :order, 
                     :url => orders_url,
                     :html => { :method => :post }
edit               link_to edit_order_url(@order)
update             form_for :order,
                     :url => order_url(@order),
                     :html => { :method => :put }
destroy            link_to order_url(@order),
                     :method => :delete

Note que você pode passar a instância que você quer diretamente na rota singular. Também perceba que o parâmetro :method não é passado para a rota nomeada, em vez disso é passada para link_to ou form_for (ou suas variantes). Esse último detalhe me frustrou anteriormente.

As rotas nomeadas para recursos hierárquicos operam de maneira semelhante; você apenas precisa passar o(s) recurso(s) “pai” como primeiro(s) parâmetro(s):

Rotas nomeadas:

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invoices_url(@order)
invoice_url(@order, @invoice)

O Básico: Checar!

Esses são os conceitos básicos necessários para começar a usar a funcionalidade RESTful, correto até a data deste post. Existem muitas opções e métodos interessantes para extender essa funcionalidade, mas deixarei isso para outro artigo. O padrão parece cobrir uma grande horizonte de possibilidades de uso, então encontre um bom local para começar.

tags: obsolete rails restful

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