[Off-Topic] Zona de conforto: sair às ruas não é a única solução

2013 July 23, 14:20 h

Publicado pela 1a vez em 2013-07-23T09:17:20+00:00

Sair às ruas não é a única solução.

“Nunca na história do mundo ninguém nunca alcançou nada de bom e valioso por meio de orações e súplicas” – J.P. Morgan

Não quero julgar ou tentar analisar os movimentos #vemprarua que aconteceu neste passado recente no país. É um emaranhado que deixo para os cientistas políticos e historiadores desembaraçarem. Porém quero elaborar sobre um pensamento que deriva desse tipo de movimento e vemos no nosso dia a dia: “reinvidicação”, o ato de “reclamar, exigir”.

É muito comum esta nova geração cair constantemente no erro de achar que reinvidicar é a melhor solução para os problemas. Estão errados. Tirando os casos extremos, essa é sempre a pior solução possível. No cotidiano do homem comum, isso demonstra apenas a declaração de sua própria incompetência.

Vamos considerar nosso mercado de tecnologia no geral:

O pensamento de “reivindicar” leva ao outro pensamento do “reclamador barato”, aquele que joga a culpa em todos menos nele mesmo.

A Geração “Me me me” é a mais sensível que eu já vi, deveria ser chamada de “Geração Porcelana” pois quebram muito fácil. Na Revolução Industrial as pessoas eram literalmente duras como ferro. Não havia opção, muitas morriam nas fábricas, não existia o conceito de “condições de trabalho”. Na era da agricultura, as pessoas eram duras, trabalhavam de sol a sol, ganhando muito pouco, carregando toneladas nas costas.

Agora esta era digital tem uma resistência estereotipicamente Emo (nada a ver com a origem do hardcore punk): riscou a unha entram em desespero. A adolescência está sendo esticada, a fase adulta está se manifestando tardiamente depois dos 30 anos (antigamente 16 anos já era uma boa idade para assumir uma posição adulta). Deveria ser uma coisa boa, pois significa que elevamos os patamares de conforto a um nível jamais visto nos milênios de história da humanidade. Porém surgiu um efeito colateral: a nova geração foi criada sem entender a dificuldade de se chegar a este ponto de evolução.

Tudo isso pode fazer pensar: “quer dizer que devo engolir tudo que eu não gosto?”. De jeito nenhum! E aqui vem um gancho com meu artigo anterior “Restrições são Libertadoras: menos é mais”.

Assuma sempre a seguinte premissa: ninguém nunca vai te dar o que você quer ou precisa e mais do que isso. Se você não conquistou então você não merece o que está pedindo e ninguém tem nenhuma obrigação sequer de ouvir o que você tem a dizer. Portanto, cabe a você, e exclusivamente você, resolver seu próprio problema, com os próprios suor e lágrimas.

Eu digo que a diferença entre uma criança e e um adulto é que um adulto resolve seus próprios problemas com as próprias mãos e nunca espera que resolvam de graça para ele. E “resolver” não é jogar a culpa nos outros, não é demandar ou exigir, não é esconder o problema, é resolver mesmo.

E quando o problema parece “impossível” é que você tem a melhor oportunidade de inovar. Inovação só aparece de uma situação impossível. Uma coisa é impossível justamente quando não é possível realizá-la com o que sabemos até hoje. Ou seja, só é possível realizá-la usando um caminho diferente, que não se conhece ainda.

Os adolescentes que estão se formando hoje nas faculdades vêem esse movimento modista de “Startups” e querem ser “empreendedores”. Tudo que estão aprendendo a fazer é criar Powerpoints para Demo Days. Acreditam que sua “formação” (que é pouca, não importa o MBA ou PHD que fez) e sua “idéia” são suficientes para se entitularem “empreendedores”. Isso é pouco, extremamente pouco.

“Empreendedor” que assume baixo risco e baixo sacrifício não é um empreendedor, é um funcionário médio. Uma “idéia” e um possível investimento não vão resolver muita coisa.

Primeiro trabalhe numa indústria de verdade para aprender como ela funciona e, talvez, achar uma solução que ainda não foi tentada. Essa é outra verdade: qualquer ídéia que você tenha, provavelmente alguém já teve antes e já tentou das mais diversas formas. As chances de você ter uma idéia que ninguém tentou são baixas. Só quando você cair numa situação impossível, onde já se tentou de tudo, é que aparece a chance de tentar algo novo e possivelmente inovador. Ao tentar resolvê-la, no entanto, você talvez encontre a solução que já existia e descubra que o que você chamava de “impossível” era apenas “desconhecimento” do que já se sabia. Pule para o próximo problema.

Estava assistindo à série do History Channel “Gigantes da Indústria” que mostra – de forma romanceada – parte da história de como os Estados Unidos da América conquistaram e mereceram seu posto de maior potência econômica mundial. A história começa como a nossa, ninguém lhes deu nada, tudo teve que ser conquistado. Tem alguns bons exemplos que gosto de citar.

Não foi reinvidicando, reclamando, exigindo, que esses e outros “self-made men” mudaram o mundo. Foi resolvendo um problema de cada vez. E quanto mais “impossível” era o problema, mais “revolucionário” era sua solução. É assim que se formam grandes empreendedores: resolvendo seus próprios problemas com as próprias mãos.

A frase de abertura do artigo resume seu conteúdo e a próxima a define:

“Visão sem execução é alucinação” – Thomas Edison

tags: off-topic career market insights startups carreira

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