Kathy Sierra: Dilbert e a zona de mediocridade

2006 October 19, 09:53 h

Ouvi falar sobre Kathy Sierra, pela primeira vez, em um post no blog Loud Thinking, de David Hansson. Kathy também esteve na RailsConf Europe em setembro. Ela e outros amigos escrevem no blog Creating Passionate Users. Ela é muito interessada no cérebro, inteligência artifial fora muita psicologia e filosofia. Seus artigos dão uma visão diferente de coisas que já deveríamos saber. Este post um excelente exemplo disso. Segue a tradução:

Dilbert e a zona de mediocridade



Legenda. [título] “Como seus usuários se sentem sobre seu produto ou serviço”.
[setas] “aqui é bom”, “aqui você está ferrado”, "aqui é bom.
[barra] “Amor”, “Zona de Mediocridade”, “Ódio”.

Quão corajoso você é? Quão longe você iria (ou seu empregador) para evitar a Zona de Mediocridade? Até, ou, a menos que, você esteja disposto a arriscar por Ódio Passional, você pode nunca vir a sentir Amor. Scott Adams concorda. Em um post recente no blog do Dilbert, ele disse “se todos que forem expostos a um produto gostarem dele, o produto nunca será um sucesso … A razão de um produto que ‘todo mundo gosta’ falhará é porque ninguém o ‘ama’. A única coisa que prevê sucesso é paixão, mesmo que apenas 10% dos consumidores o tenham”.

Isso NÃO é sobre ser notável – é sobre ser adorável. E isso quase sempre significa ser odiado também. Nosso livro “Head First Java”, por exemplo, tem 139 comentários na Amazon, e a maioria ou são cinco estrelas (“amo isso, o melhor livro técnico já feito, aprendi muito com ele”) ou uma estrela (“odeio isso, o pior livro técnico que já vi, os autores deveriam ser mortos”). Mas fazer um livro que as pessoas iriam amar ou odiar não foi nossa intenção. Resolvemos fazer um livro com um formato mais amigável e fácil de aprender, não tínhamos idéia e éramos ingênuos por não entender quantas “regras” implícitas estávamos violando. Foi só quando os editores da O’Reilly começaram uma mini-revolta que percebemos que cruzamos uma Linha Que Não Pode Ser Cruzada e criamos algo potencialmente embaraçoso.

Hoje, é muito mais arriscado criar alguma coisa “segura” do que arriscar em alguma coisa profundamente provocativa, perigosamente inovadora ou simplesmente estranha.

Pense em todas as coisas que você adora hoje que já pareceram muito, muito estranhas. Coisas onde alguém assumiu um grande risco.

Hoje, quanto mais você tentar prevenir contra falhas, mais provavelmente irá falhar

Isso não foi sempre verdade, mas puxa … quantos mais [qualquer coisa] nós realmente precisamos hoje? Existem muitas das coisas que nós já temos e não muitas apresentações de coisas que não temos. Todos sabemos as razões porque empresas jogam dentro da segurança, e porque funcionários normalmente são forçados a jogar de forma segura, mas isso não está ajudando ninguém.

O que é necessário para sair da Zona de Mediocridade?

Normalmente, nesse ponto, eu falaria das coisas que todos falam … como ter idéias revolucionárias, onde procurar oportunidades, ser inovador, blá blá blá. Você já sabe disso tudo. Acho que resumindo seria isso:

Para evitar a Zona de Mediocridade, deve suspender a incredulidade

Você deve querer e ser capaz de desligar (temporariamente) A Voz interior que diz, “Nunca vamos conseguir fazer isso. As pessoas vão odiar isso”. Isso não significa necessariamente que A Voz está errada, mas até conseguir desligá-la, você está virtualmente garantido em permanecer com idéias seguras e incrementais. Mas lembre-se – “seguro” não é mais seguro, a menos que seu objetivo seja evitar críticas. Segurança irá mantê-lo seguramente fora dos holofotes. Se é isso que quer (e ás vezes esta é a melhor coisa), então ótimo. Mas se não é …

(nota: isso é parecido com O Jogo Interior ou Desenhando com o Lado Direito do Cérebro ou qualquer outra técnica para criatividade que tira a parte lógica “falante” fora do caminho para que as partes mais úteis e mudas do seu cérebro possam ir em frente com as coisas importantes que você está tentando atingir).

E não é somente suspender a incredulidade sobre o que seus usuários (ou críticos) dirão … você deve suspender a incredulidade sobre o que sua empresa o deixará fazer. Experimentei isso pela primeira vez na Sun, onde era quase impossível de fazer um brainstorm criativo sobre maneiras de melhorar as coisas sem alguém aparecendo com “Sim, mas nunca nos deixarão fazer isso”. Fim da discussão. Fim da chance de fazer alguma coisa incrível. Toda vez que faço um workshop interno, os participantes são muito mais negativos do que quando algumas dessas mesmas pessoas estão em uma versão pública do mesmo workshop. Em colocando-os fora de suas empresas e fazendo-os pensar, raciocinar ou trabalhar em projetos de ficção ou de outras pessoas, suas mentes estão livres para se mover. Eu quase desisti de fazer workshops internos porque a síndrome do “eles nunca nos deixarão fazer isso” é muito forte.

Você não pode ajudar usuários a crescer até que seu empregador o deixe crescer. Fácil para um desempregado como EU dizer ;)

tags: off-topic principles mediocrity

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